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Cadeira Vazia

Quando Osho abandonou-o-seu-corpo a 19 de Janeiro de 1990, deixou, como legado,uma cadeira vazia. Não apontou um sucessor para o seu trabalho. No tocante à evolução da consciência humana, é importante compreender as implicações deste facto.

Durante milhares de anos, a relação mestre-discípulo tem funcionado como um útil instrumento na criação um clima propício para o acordar da humanidade. No entanto, num conjunto de discursos memoráveis intitulados No Mind: the Flower of Eternity (Chapter 7), Osho enuncia claramente ” A era dos gurus acabou…O mundo dos mestres e discípulos não terá mais relevância”. Continua dizendo “um novo amanhecer, um novo homem é absolutamente necessário, alguém que destrua o que está podre e velho, supersticioso, e que não tenha raízes na inteligência.”

Uma vez, ouvi Osho dizer que a relação mestre-discípulo é naturalmente imperfeita, porque assenta na assumpção de que o Mestre é de algum modo superior ao díscipulo; que o Mestre tem determinadas qualidades que faltam ao discípulo ou possui um conhecimento mais avançado comparativamente ao discípulo. Consequentemente, a relação, a gestalt básica é pouco dignificante e insultuosa em relação à inteligência do homem.

Entender “a cadeira vazia de Osho” é entender que a humanidade não precisa mais de mestres e discípulos. É entender que o intelecto humano avançou até ao ponto em que a realidade pode ser percepcionada, sem necessidade de existir um intermediário entre o próprio homem e a Existência. Os métodos religiosos do passado continham técnicas perfeitas para o seu tempo. Mas o homem já percorreu um longo caminho desde os dias do Zen no Japão antigo; desde os tempos em que os grandes Mestres como Ramana Maharshi, Rumi e Buddha brindaram a terra com a sua graça. A mente do homem é mais sensitiva, o seu intelecto mais avançado. O que, no passado, eram técnicas efectivas para o despertar espiritual, hoje em dia podem constituir um obstáculo ao crescimento pessoal e espiritual, ao perpetuaram-se tradições ultrapassadas, tais como a relação mestre-discípulo, na medida em que servem apenas para manter o homem em atraso, a sua mente estupidificada.

Aceitar a responsabilidade pelo seu próprio despertar é dar conscientemente um passo em direcção a um futuro dourado, livre e descondicionado de todo o passado religioso. A humanidade deve preocupar-se não só com o acordar, mas também com o crescer. É tempo de entrar na idade adulta da espiritualidade com a dignidade que lhe é devida. Para o Novo Homem, a inteligência é a única luz.

“Eu quero que vivam, momento a momento, de acordo com a vossa consciência. Eu dar-vos-ei métodos para estarem atentos, mas não como uma disciplina, não com respostas prontas. Eu dar-vos-ei um espelho que reflicta, onde quer que estejam, qualquer que seja a situação em que se encontrem, de modo a que possam actuar sozinhos. Não precisam de esperar pela minha orientação. Não sou um guru. Não sou líder de ninguém. Eu odeio a palavra “líder”. Eu não vos vou guiar, dizer onde devem ir. Não estou minimamente interessado em conferir-vos um certo carácter, disciplina. Pelo contrário, estou a destruir o vosso desejo de serem seguidores e de terem um padrão fixo, que vos leva a, inconscientemente, repeti-lo. Ao ficarem sozinhos, por si próprios, escutando a voz do vosso coração, seguindo o vosso silêncio, é suficiente. Então ultrapassaram a tão chamada humanidade.”

The Old Pond - Plop, Chapter 11

“Os dias dos mahatmas e dos gurus já passaram. Já não são mais necessários. Uma grande humanidade é precisa. A necessidade do momento é a de grande humanidade.”

From Sex to Superconsciousness, Chapter 5

“Têm de ser cuidadosos e cautelosos porque nunca se viu tal desejo por transformação. Assim, aparecerá muita gente que não perderá a oportunidade de vos explorar.”

I Am That, Chapter 3

“Confia na vida, ama a vida… Celebra a vida e a existência tomará conta de ti.”

Om Shantih Shantih Shantih, Capítulo 14

 

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